quarta-feira, 30 de junho de 2010

(ex) plicação

Já tentei achar explicação.
Mas isso não existe quando o sentimento está presente.
Porque se for explicado, já não é.

coração aberto

Se você quiser entrar, a porta está aberta. E se isso não for suficiente, eu abro a janela, acendo a luz, perco as chaves, só para você voltar.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

segunda-feira, 21 de junho de 2010

...

Por que você gosta tanto de brincar de cabo de guerra, meu bem? Meus pés estão bem firmes no chão. E eu não vou soltar a cordinha, não. Sou pedra. Sou gelo. Sou contradição.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

real

As vezes, Dona... é melhor ser realista. Você acorda, se conforma, toma um banho, prepara o café. E não espera nada de ninguém. Não diz nada, porque o que não sabemos dizer é muito mais importante do que todas essas palavras perdidas, não é mesmo?

segunda-feira, 14 de junho de 2010

um pouquinho do meu mundo

Quando perdi o medo e resolvi abrir os olhos, estava num jardim. Num jardim onde todas as feridas foram enterradas e regadas dia a dia para depois florir. Florir em alegrias e rastros do que me tornei depois de tantos tropeços e banhos gelados no inverno. Depois de tantas vezes me olhar no espelho e não enxergar nada. Depois de tantas vezes gritar no alto da montanha e não escutar eco algum. Depois de tantas vezes falar sozinha.
Quando abri os olhos, olhei em volta e as margaridas resolveram sorrir para mim. E eu quis abraçar o mundo, quis abraçar você, quis fazer comida para humanidade inteira. Quis adotar todos os animais. Quis doar todos os meus agasalhos. E acreditei mais uma vez nas pessoas. E me apaixonei. E me iludi. E criei expectativas. Sorri. Planejei. Amei. - Porque é assim que eu sou. Por tanto tempo convivi com a escuridão. E por tanto tempo senti falta da luz. Da luz que esquenta minhas mãos, esquenta meu coração. E me faz ter orgulho de ser quem sou. E me faz entender tudo que passou.

domingo, 13 de junho de 2010

loucura

Silêncio. Frio. Solidão. A madrugada chegou. Eu. Aqui. Agora. Pensando no momento exato em que mergulhei tão fundo. Não acho. Não encontro. Sem pistas. Tenho medo. Fecho os olhos. Me perco. Me culpo. Toco a campainha. Me arrependo. Desisto. Durmo.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

você, eu, nós.

Estava com sono sentado naquele sofá velho e rasgado na sala de televisão. Pensando. Dispensando. Quando de repente, entre um pensamento e outro levantou-se e pegou a chave do carro. O portão já estava aberto. Menos esse trabalho. Era um pouco perigoso parar o percurso no meio do caminho, porque as vezes, a melhor coisa a se fazer é atravessar a ponte sem pensar nas distâncias.
Foi isso que Marcos resolveu fazer naquela tarde onde a chuva caía levemente. Frases prontas não existem quando o sentimento invade. Frases prontas, não.
Quando chegou ao destino, lá estava Ana, parada. Como se de algum modo soubesse que o encontro aconteceria naquele instante...
Os dois se olharam.
- Por que você veio só agora?
- Porque lhe procurei tanto, que não sabia onde encontrá-la. - ele disse com a voz trêmula.
- Mas eu estava aqui o tempo todo.
- Estava?
- Estava.
- Acho que estava cego. Senti seu cheiro em tantos lugares e olhei para tantas mulheres com a intenção de ser você.
- E como me achou? Por que agora?
- Porque me distraí, querida. Simplesmente nos distraímos. Quando me dei conta, estava aqui. Aqui e agora. Aqui no agora. - os dois sorriram de forma sincera.
- Acontecemos?
- Acontecemos.
- É você? - ele disse.
- Sou eu. - ela disse com ar de certezas.
As gotas da chuva caíam intensamente na calçada. No rosto de cada um. Entre tantas palavras, só existia aquele momento. Entre tantas pessoas. Existia somente Marcos e Ana. Ele e Ela. Eles.

terça-feira, 8 de junho de 2010

um susto: a realidade.

Ela estava prestes a tirar a roupa para entrar num banho quente. A porta do banheiro estava aberta e não havia mais ninguém em casa, nenhum rastro de lembranças deixadas para trás. Os olhos estavam embaçados, inclusive.
Ela já completava uma certa idade média e seus pais moravam na capital com seu irmão mais novo.
A sensação de liberdade possuía aquele momento, fazendo companhia para a solidão, que de certo modo a fazia sentir vivíssima.
O vento batia as janelas devagar. E pelas ruas daquela cidade localizada no interior de São Paulo se ouviam crianças brincando na rua. O gato pulando de um telhado para o outro e nada mais.
Essa é a trilha sonora da história. A realidade.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

C

Não sei se deveria dizer alguma coisa. Não sei como serão as coisas depois que nos tornamos reais um para o outro. Ou nada disso é real? Pode ser... Só sei que nos encontramos numa rua. Logo em seguida, em qualquer lugar. E eu, sem me dar conta, acabei me perdendo várias vezes nos seus olhos, nos seus braços e em suas mãos. Você não precisa ter vergonha delas... encaixaram perfeitamente nas minhas. O bar tinha sofás bonitos. A música e os drinks não eram legais. Me senti confortável de alguma forma. As músicas não me interessavam, nem os drinks, nem os vidros coloridos. Mas um estranho sentou ao meu lado e me fez esquecer do que se passava em volta... Tudo como tem que ser. Tudo natural, assim.
Não sei se estávamos em ótimas condições de nos encontrar. Não sei se conversamos sobre coisas normais que as pessoas geralmente costumam conversar. Só sei que senti um estado de paz tão grande que quase dormi no seu ombro.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

doce

Meus olhos se encontram com os seus e tudo em volta se transforma em beleza, doce doce doce, é assim que eu me sinto quando minhas mãos tocam as suas de forma tão natural. E meus braços se entrelaçam no seu corpo formando uma cena tão bonita, que me sinto doce doce doce, é assim que eu me sinto quando estou com você. Não penso em nada, nada, nada porque de alguma forma (nós gostamos de usar de alguma forma) o céu continua ali. As nuvens são feitas de algodão doce. Doce doce doce, é assim que me sinto quando seus lábios tocam os meus tão delicamente. Doce, doce, doce... tão doce. 

terça-feira, 1 de junho de 2010

estrelas

Ele: Traz uma estrela pra mim?
Ela: 1estrela, 2estrelas, 3estrelas, 4estrelas. Só se você voar comigo.
Ele: Ando voando continuamente contigo.

Sorriram. Pensaram. Calaram. Ficaram.
E naquele instante, bem no meio do céu, as estrelas pareciam fogos coloridos soltando brilhinhos pro mundo.

bobeira

As vezes me sinto sem forma. Como uma alma. Morri. E as vezes renasço depois da meia noite, meu doce lobisomem.

fantasmas

Me fecho no quarto, me mato em pedaços, o fantasma que me tira os espaços...