quinta-feira, 22 de novembro de 2012

escrever

Quando mais escrevo é quando mais silencio.

minha mãe disse

Minha mãe diz que sou perigosa, mas não sei direito o que é o perigo. Será isso que me torna perigosa? 

silêncio

Quando me calo é quando mais falo.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

pistas

Ontem, sentada numa cadeira, no meio de um monte de criança dando sentido à vida e sorrindo... Eu, louca, pensando, pensando, pensando, com os braços cruzados em cima da mesa.
Pensei "vou abrir os braços". Abri. E na mesa, dessas de escola, cheias de rabiscos, desenhos e nomes, tive uma resposta. Ali, estava escrito com letra de criança: CONFIAR.
Parei de pensar, comecei a sorrir. O universo fala comigo.





U N I V E R S O -> estou com os ouvidos bem atentos, quero ouvir sua voz.

olhos abertos

O perigo está na mente.
Quebre o perigo.
Clareie e enxergue:

O REAL.

A mente o disfarça.
E aí está o perigo.
Por isso:

ENXERGUE.

sábado, 11 de agosto de 2012

Palavras ao vento

Meu coração grita, mas não consigo falar.
Cansada de somente ouvir. 
Só falo quando me escuto.
Ou quando alguém quer me escutar...

Meu coração fala sozinho, 
Meu pensamento também,
O pior sentimento para alguém que sabe escutar, é quando chega a sua vez.
E não têm ninguém.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Das formas de SER.

Não sou a menina com uma flor do poema de Vinicius de Moraes, não sou as mulheres que Robert Plant cita em suas músicas. Sou alguém em constante mudança e contradição, que não se encaixa nos padrões de uma sociedade mesquinha, apesar de muitas vezes me sentir vazia. E tantas outras me sentir transbordando como um copo que foi esquecido embaixo do bebedouro. Sou aquela que atrai olhares bondosos e maliciosos, olhares de certezas, como se me conhecessem sem ao menos saberem da minha história. Eu sou transparente. Os meus olhos são mapas. Sou o que minha imaginação inventa na hora do agora, na hora daqui a pouco e na hora H. Sou aquela que assustará quando pronunciar um FODA-SE. Eu sou eternamente criança e adoro ser mulher quando brincam com meus sentimentos de menina. Sou uma onda do mar na maré cheia, durante uma chuva de verão que passa rápido e também uma garoa que dura o mês inteiro. Eu sou passageira e para sempre constante. Eu sou aquela que pensará coisas que nunca passarão pela sua mente porque penso além da conta e as vezes não penso em nada e só faço. Mal feito. Com agressividade e grosseria. Ou muito bem feito. Nunca mais ou menos. Gosto de surpreender da mesma forma que sou surpreendida. Sou desconhecida. E gosto do desconhecido só para se tornar conhecido. Eu sou isso. Aquilo. E não tenho nada. Eu só sou.

O nome é meu

Caminhando e partindo durante longos dias e sem riscar o calendário cheguei na saída. Não tinha placa alguma, nem pessoas me esperando, nem esperanças, nem faixas de boas vindas. A saída na maioria das vezes é um lugar solitário. Nesse lugar solitário me encontrei e o chamei de Laís. 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

ela e ele ele e ela, os dois.

Estava com sono sentado naquele sofá velho e rasgado na sala de televisão. Pensando. Dispensando. Quando de repente, entre um pensamento e outro levantou-se e pegou a chave do carro. O portão já estava aberto. Menos esse trabalho. Era um pouco perigoso parar o percurso no meio do caminho, porque as vezes, a melhor coisa a se fazer é atravessar a ponte sem pensar nas distâncias.
Foi isso que Marcos resolveu fazer naquela tarde onde a chuva caía levemente. Frases prontas não existem quando o sentimento invade. Frases prontas, não.
Quando chegou ao destino, lá estava Ana, parada. Como se de algum modo soubesse que o encontro aconteceria naquele instante...
Os dois se olharam.
- Por que você veio só agora?
- Porque lhe procurei tanto, que não sabia onde encontrá-la. - ele disse com a voz trêmula.
- Mas eu estava aqui o tempo todo.
- Estava?
- Estava.
- Acho que estava cego. Senti seu cheiro em tantos lugares e olhei para tantas mulheres com a intenção de ser você.
- E como me achou? Por que agora?
- Porque me distraí, querida. Simplesmente nos distraímos. Quando me dei conta, estava aqui. Aqui e agora. Aqui no agora. - os dois sorriram de forma sincera.
- Acontecemos?
- Acontecemos.
- É você? - ele disse.
- Sou eu. - ela disse com ar de certezas.
As gotas da chuva caíam intensamente na calçada. No rosto de cada um. Entre tantas palavras, só existia aquele momento. Entre tantas pessoas. Existia somente Marcos e Ana. Ele e Ela. Eles.

Não sei se deveria dizer alguma coisa. Não sei como serão as coisas depois que nos tornamos reais um para o outro. Ou nada disso é real? Pode ser... Só sei que nos encontramos numa rua. Logo em seguida, em qualquer lugar. E eu, sem me dar conta, acabei me perdendo várias vezes nos seus olhos, nos seus braços e em suas mãos. Você não precisa ter vergonha delas... encaixaram perfeitamente nas minhas. O bar tinha sofás bonitos. A música e os drinks não eram legais. Me senti confortável de alguma forma. As músicas não me interessavam, nem os drinks, nem os vidros coloridos. Mas um estranho sentou ao meu lado e me fez esquecer do que se passava em volta... Tudo como tem que ser. Tudo natural, assim.
Não sei se estávamos em ótimas condições de nos encontrar. Não sei se conversamos sobre coisas normais que as pessoas geralmente costumam conversar. Só sei que senti um estado de paz tão grande que quase dormi no seu ombro.

;.;

E você me dá uma raiva, porque eu não resisto a sua boca a um metro longe da minha. E me dá uma raiva porque é tão eu que chega a ser chato. E me dá uma raiva porque agora entendo meu pai dizendo sobre o meu mau humor pela manhã. E você dorme lindo e acorda com um mau humor insuportável. Me dá vontade de te pegar pelo pescoço e te chacoalhar e olhar pra sua cara de idiota e falar: meu filho, acorda! Mas ao mesmo tempo me dá uma vontade tão grande de rir de toda essa besteira que eu vivo falando – e você vive acreditando. Me dá uma raiva porque você fala tanta besteira – e eu vivo dando telha. Mas no dia seguinte me dá uma vontade tão grande de rir de tudo isso e te abraçar passando minhas mãos nas suas costas só pra sentir o tecido da sua blusa branca de manga comprida fininha. E me dá uma vontade de te fazer dormir no meu colo. Me dá uma raiva porque você dorme e não me segura direito e eu caio da cama. Uma raiva porque não fala, não meche, não faz nada só fica dormindo. E eu toda boba, acordada sorrindo. Me dá uma vontade de rir por sermos assim tão bobos e nos preocuparmos com tão pouco. E me dá uma vontade de fugir por sermos tão iguais! Dá vontade de sorrir de tanto amor escondido embaixo da raiva e dos sinais...

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Te beijei e pensei numa poesia.

passarinhos

os passarinhos cantando pela manhã,
um canto suave e sincronizado,
dançando nas teias do infinito,
tentando dizer em outra língua,
coisas sobre a vida,
que não entendemos.
mas eles voam,



e nós também.

eu

Um poder absurdo 
e ridículo 
de fazer nascer uma flor 
no coração do outro,
Mas arrancá-la em seguida 
pela raiz. 
Não sendo proposital.
Essa é a vida de uma pessoa,
louca.

renascimento

Segunda feira de março, o vento cantando lá fora e os pingos da chuva escorrendo pelo vidro da janela, que era tão velha, mas tão velha e tinha aguentado tantas tempestades que nada mais era capaz de derrubá-la.
O teto do quarto foi pintado de azul. E todas as vezes que se deitava na cama tinha a impressão de olhar para  o céu. Comprou asas de sonhos antigos, esqueceu que a janela era velha e pulou para vida nova.
Marcos foi ai cartório ao banco e ao celular e resolveu mudar o nome de Ana, que ao passar dos anos se transformou em outra pessoa. Por que permanecer com o nome de Ana, se Ana não era mais ela? Sem sentido - pensou. Agora Ana era Helena.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

o barulho da escuridão o silêncio da claridade 
nessa vida ou falamos
ou calamos