quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

ela e ele ele e ela, os dois.

Estava com sono sentado naquele sofá velho e rasgado na sala de televisão. Pensando. Dispensando. Quando de repente, entre um pensamento e outro levantou-se e pegou a chave do carro. O portão já estava aberto. Menos esse trabalho. Era um pouco perigoso parar o percurso no meio do caminho, porque as vezes, a melhor coisa a se fazer é atravessar a ponte sem pensar nas distâncias.
Foi isso que Marcos resolveu fazer naquela tarde onde a chuva caía levemente. Frases prontas não existem quando o sentimento invade. Frases prontas, não.
Quando chegou ao destino, lá estava Ana, parada. Como se de algum modo soubesse que o encontro aconteceria naquele instante...
Os dois se olharam.
- Por que você veio só agora?
- Porque lhe procurei tanto, que não sabia onde encontrá-la. - ele disse com a voz trêmula.
- Mas eu estava aqui o tempo todo.
- Estava?
- Estava.
- Acho que estava cego. Senti seu cheiro em tantos lugares e olhei para tantas mulheres com a intenção de ser você.
- E como me achou? Por que agora?
- Porque me distraí, querida. Simplesmente nos distraímos. Quando me dei conta, estava aqui. Aqui e agora. Aqui no agora. - os dois sorriram de forma sincera.
- Acontecemos?
- Acontecemos.
- É você? - ele disse.
- Sou eu. - ela disse com ar de certezas.
As gotas da chuva caíam intensamente na calçada. No rosto de cada um. Entre tantas palavras, só existia aquele momento. Entre tantas pessoas. Existia somente Marcos e Ana. Ele e Ela. Eles.

2 comentários:

Renata disse...

É Laís vc tem muito talento pra escrever.
depois vejo os outros.

Parabénsss de novo.

beijo.

Felipe disse...

bravooo..bravooo Laís.
muito bom.
bjs