quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

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E você me dá uma raiva, porque eu não resisto a sua boca a um metro longe da minha. E me dá uma raiva porque é tão eu que chega a ser chato. E me dá uma raiva porque agora entendo meu pai dizendo sobre o meu mau humor pela manhã. E você dorme lindo e acorda com um mau humor insuportável. Me dá vontade de te pegar pelo pescoço e te chacoalhar e olhar pra sua cara de idiota e falar: meu filho, acorda! Mas ao mesmo tempo me dá uma vontade tão grande de rir de toda essa besteira que eu vivo falando – e você vive acreditando. Me dá uma raiva porque você fala tanta besteira – e eu vivo dando telha. Mas no dia seguinte me dá uma vontade tão grande de rir de tudo isso e te abraçar passando minhas mãos nas suas costas só pra sentir o tecido da sua blusa branca de manga comprida fininha. E me dá uma vontade de te fazer dormir no meu colo. Me dá uma raiva porque você dorme e não me segura direito e eu caio da cama. Uma raiva porque não fala, não meche, não faz nada só fica dormindo. E eu toda boba, acordada sorrindo. Me dá uma vontade de rir por sermos assim tão bobos e nos preocuparmos com tão pouco. E me dá uma vontade de fugir por sermos tão iguais! Dá vontade de sorrir de tanto amor escondido embaixo da raiva e dos sinais...

Um comentário:

Anônimo disse...

profundo!
mto bom Lá!
bjs