segunda-feira, 25 de agosto de 2008

sentir

dessa vez não dava mais para inventar, estava cansada dessa mania de criar coisas boas, mesmo amando isso do fundo da alma. apesar de achar invisivel o fio que separa a realidade do sonho, o concreto da inventividade. ainda mais para mentes como a dela, tão treinadas para inventar, criatividade era com ela. mas hoje, agora, era diferente, precisava ser palpável, concretizado. palavras duras, contrárias a sua essência. ela era neve, matéria dos sonhos, dos pensamentos. contraditória, se achava tão concreta como qualquer outra pessoa feita de matéria de gente. andava, respirava, desejava. por muito tempo achou que isso seria o sufuciente para transformá-la, mas não era. precisava de mais. pedra, cal, tijolo, cimento, areia. ela precisava de pele, toque, tato. precisava sentir. era exatamente isso que buscava.

mas amanhã é outro dia, tudo muda de repente.

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