segunda-feira, 16 de junho de 2014

tum tum

A forma mais poderosa de espantar o ego é saber reconhecê-lo. Quando se reconhece o ego, o coração sorri plenamente à ele. É uma especie de sorriso gentil, como quem diz: a verdade não está em você, está em mim. Mas o ego, teimoso que só, é tão cego de olhar e de sentimento, que não vê e não sente o coração, então grita e domina. Enquanto o coração, em sua enorme delicadeza, espera ansiosamente pelo dia  em que um leve brisa nos toca e enfim podemos ouvi-lo.
Essa brisa me tocou num dia em que de olhos fechados, em pleno exercício de meditação, consegui voltar para a minha infância. Era uma menininha linda, de cabelos cacheados, no meio de um jardim de girassóis. Foi então que percebi que aquela visão  não era do meu coração, era do meu ego, tentando me enganar que a felicidade da vida está na beleza da matéria.
Então, meu coração cansadinho começou a aumentar sua voz e naquele jardim gigante de girassóis, eu era uma flor, era um girassol iluminado pelo sol, com as pétalas perfeitas, maior que os outros. Não.  Era meu ego, teimoso, de novo querendo me cegar.
Por fim, uma leve brisa tocou meu coração, matou meu ego e disse: você é aquela florzinha ali, aquele girassol, perdidinho no meio dos outros. A verdadeira beleza está na simplicidade. A simplicidade é extraordinária.

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