segunda-feira, 23 de junho de 2014

Olhei para o celular e fiquei com vontade de ligar, ao mesmo tempo pensava automaticamente em nosso diálogo:
- Alô! Pri?
- Oiiiiii
Logo após o oi, ia desabar num choro profundo e exagerado, como toda pessoa que está triste fica quando ouve a voz de alguém que ama muito. O que viria depois disso? Provavelmente ficaríamos as duas chorando, para depois rirmos de tudo isso. Mas nada disso estava acontecendo. Tudo isso apenas passava voando pelos meus pensamentos. Comecei a rir, pois naquele momento sentia que a imaginação era algo muito poderoso, como é que em questão de segundos conseguia pensar em tantas coisas? Encontraria respostas rapidamente para todas as perguntas só para me fazer ainda mais perguntas. Foi então que lembrei que a minha vontade de se comunicar ainda não tinha passado. O celular não. É muito caro ligar para fora do Brasil, então quem sabe uma mensagem de voz? Hm, talvez não fosse uma boa, os nossos sentimentos são tão pessoais, ao menos que ela estivesse com um fone no ouvido bem no momento que a mensagem for enviada, mas a probabilidade disso acontecer é minima. No meio de todas as questões intermináveis, sentei na minha cama e respirei. Lembrei de nós. Por que diabos eu precisava da tecnologia para me comunicar com ela? Conversei durante uma hora, falei tudo o que queria, chorei. Senti que você sentiu. Sei que você soube. Nenhum meio de comunicação supera a das almas.

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