lavanda violeta
perfumando o espaço
voa borboleta
quinta-feira, 3 de julho de 2014
vejo as formigas caminhando no chão e celebro
vejo as nuvens se formando no céu e celebro
vejo as crianças brincando na rua e celebro
vejo as folhas caindo da árvore e celebro
o mesmo acontence quando um cachorro sorri para o dono
quando vejo as casas do senhor joão de barro
quando sinto o vento refrescando
quando o sol esquenta meu corpo
quando ouço o som de uma gaita
quando reparo os gatos pulando no telhado
celebro, celebro e celebro
de tanto celebrar
acordo todos dias e sinto a vida tal como ele é:
apaixonante.
terça-feira, 1 de julho de 2014
Imaginei-me em teus braços
No abraço profundo
Na certeza de ser amada
Imaginei-me em teus braços
Perdida em lágrimas
Que derramam sufoco
Pela falta dos dias que se foram
Imaginei-me em teus braços
Como se nada houvesse virado lembrança
Como se em mim houvesse a esperança
Da certeza, da firmeza
Não em suas palavras caladas
Mas no seu jeito torto, confuso, desesperado
De me amar
Mais do que eu me amo
No abraço profundo
Na certeza de ser amada
Imaginei-me em teus braços
Perdida em lágrimas
Que derramam sufoco
Pela falta dos dias que se foram
Imaginei-me em teus braços
Como se nada houvesse virado lembrança
Como se em mim houvesse a esperança
Da certeza, da firmeza
Não em suas palavras caladas
Mas no seu jeito torto, confuso, desesperado
De me amar
Mais do que eu me amo
segunda-feira, 23 de junho de 2014
Olhei para o celular e fiquei com vontade de ligar, ao mesmo tempo pensava automaticamente em nosso diálogo:
- Alô! Pri?
- Oiiiiii
Logo após o oi, ia desabar num choro profundo e exagerado, como toda pessoa que está triste fica quando ouve a voz de alguém que ama muito. O que viria depois disso? Provavelmente ficaríamos as duas chorando, para depois rirmos de tudo isso. Mas nada disso estava acontecendo. Tudo isso apenas passava voando pelos meus pensamentos. Comecei a rir, pois naquele momento sentia que a imaginação era algo muito poderoso, como é que em questão de segundos conseguia pensar em tantas coisas? Encontraria respostas rapidamente para todas as perguntas só para me fazer ainda mais perguntas. Foi então que lembrei que a minha vontade de se comunicar ainda não tinha passado. O celular não. É muito caro ligar para fora do Brasil, então quem sabe uma mensagem de voz? Hm, talvez não fosse uma boa, os nossos sentimentos são tão pessoais, ao menos que ela estivesse com um fone no ouvido bem no momento que a mensagem for enviada, mas a probabilidade disso acontecer é minima. No meio de todas as questões intermináveis, sentei na minha cama e respirei. Lembrei de nós. Por que diabos eu precisava da tecnologia para me comunicar com ela? Conversei durante uma hora, falei tudo o que queria, chorei. Senti que você sentiu. Sei que você soube. Nenhum meio de comunicação supera a das almas.
quarta-feira, 18 de junho de 2014
segunda-feira, 16 de junho de 2014
tum tum
A forma mais poderosa de espantar o ego é saber reconhecê-lo. Quando se reconhece o ego, o coração sorri plenamente à ele. É uma especie de sorriso gentil, como quem diz: a verdade não está em você, está em mim. Mas o ego, teimoso que só, é tão cego de olhar e de sentimento, que não vê e não sente o coração, então grita e domina. Enquanto o coração, em sua enorme delicadeza, espera ansiosamente pelo dia em que um leve brisa nos toca e enfim podemos ouvi-lo.
Essa brisa me tocou num dia em que de olhos fechados, em pleno exercício de meditação, consegui voltar para a minha infância. Era uma menininha linda, de cabelos cacheados, no meio de um jardim de girassóis. Foi então que percebi que aquela visão não era do meu coração, era do meu ego, tentando me enganar que a felicidade da vida está na beleza da matéria.
Então, meu coração cansadinho começou a aumentar sua voz e naquele jardim gigante de girassóis, eu era uma flor, era um girassol iluminado pelo sol, com as pétalas perfeitas, maior que os outros. Não. Era meu ego, teimoso, de novo querendo me cegar.
Por fim, uma leve brisa tocou meu coração, matou meu ego e disse: você é aquela florzinha ali, aquele girassol, perdidinho no meio dos outros. A verdadeira beleza está na simplicidade. A simplicidade é extraordinária.
Então, meu coração cansadinho começou a aumentar sua voz e naquele jardim gigante de girassóis, eu era uma flor, era um girassol iluminado pelo sol, com as pétalas perfeitas, maior que os outros. Não. Era meu ego, teimoso, de novo querendo me cegar.
Por fim, uma leve brisa tocou meu coração, matou meu ego e disse: você é aquela florzinha ali, aquele girassol, perdidinho no meio dos outros. A verdadeira beleza está na simplicidade. A simplicidade é extraordinária.
carta ao marcos, part III
marcos,
acho que estou aprendendo.
acho que estou me conhecendo.
quando fico triste, choro.
quando fico feliz, sorrio.
quando fico brava, respiro.
quando fico nervosa, rezo.
acalmo meus sentimentos com outros sentimentos.
assim me curo.
mas quando fico feliz, marcos
eu fico feliz de novo
respondo minha felicidade com mais felicidade
e assim vou multiplicando
aqui dentro de mim
felicidade com felicidade
essa tal fe-li-ci-da-de tem nome
sabia?
quando penso nesse nome,
eu amo.
acho que estou aprendendo.
acho que estou me conhecendo.
quando fico triste, choro.
quando fico feliz, sorrio.
quando fico brava, respiro.
quando fico nervosa, rezo.
acalmo meus sentimentos com outros sentimentos.
assim me curo.
mas quando fico feliz, marcos
eu fico feliz de novo
respondo minha felicidade com mais felicidade
e assim vou multiplicando
aqui dentro de mim
felicidade com felicidade
essa tal fe-li-ci-da-de tem nome
sabia?
quando penso nesse nome,
eu amo.
música do coração
Numa conversa teimosa com minha consciência
Meu coração batia
Tum tum
Tum tum
Batia, na inocência, na delicadeza, na verdade
Nessa conversa teimosa com minha consciência
Percebi, estranhamente, que meu coração apenas batia
Tum tum
Tum tum
Fechei meus olhos e ouvi aquela música
Tum tum
Tum tum
Meu coração era uma música, ele pulsava, tinha melodia própria
Aquela música, delicadamente finalizou a conversa teimosa com a consciência
Nada importa
A verdade absoluta existe sim
Enquanto meu coração toca
Tum tum
Tum tum
quinta-feira, 10 de abril de 2014
se um dia perguntarem se acredito em Deus
responderei
que amo a natureza
que
me encanto com a água caindo em meu corpo
com
meus pés descalços pisando na terra
e o vento que balança cada fio do meu cabelo
depois
direi que
o universo é um grande mistério
suponho
que cada um entenda que
a natureza, o universo e cada pessoa
não
são elementos separados
somos
a natureza que encanta,
o grande mistério do universo
portanto,
Deus está em nós
assim
como nós estamos Nele
e se me questionarem direi que
só
não acredita na força maior
quem
nunca foi capaz de se encantar com a água, o vento, a terra
nem
se perguntar o que é o universo
acredito
que ninguém
por
isso,
somos
todos
um
todo.
a poesia é sentida
um dia me perguntaram:
- não sei fazer poesia, como é que você faz?
respondi:
- a sua pergunta já é uma, das bonitas.
- não sei fazer poesia, como é que você faz?
respondi:
- a sua pergunta já é uma, das bonitas.
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014
carta ao marcos, part I
Querido Marcos,
Fazem anos que não te escrevo, décadas talvez. O tempo devora. Quando se vê, anos se passaram.
Ainda assim, meus dedos fazem moradia ao lápis e esses se sentem tão em casa que escrevem seu nome. E o papel branco deixa de existir para ser o papel escrito Marcos.
Sei que sabe que não sou Ana e nem Helena e que nós dois somos bons amigos pois conversamos em silêncio, apesar de ouvir minha própria voz enquanto te escrevo. Te invento estórias de amor, te faço vivê-las.
Me leia, Marcos? Enxerga minha nudez, goste da minha alma, do meu intelecto, não do meu corpo.
Talvez essa seja uma carta sem resposta. Não se preocupe. Entendo que é muito difícil ou muito fácil me entender. Acho que graça está aí. Se souber decifrar, responda-me. Se não souber, faça o papel branco existir novamente.
Um beijo
Laís
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